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Fugitiva de casa ainda adolescente.
Artista circense. Humorista. Atriz. Comediante. Teatro rebolado.
A única mulher brasileira que se assumiu tal qual era.
Sem fazer uma única concessão comportamental ou de linguagem.
Enfrentou a família, a escola, os patrões, os inimigos, os pretensos amigos.
Jamais aceitou ser sustentada por alguém.
Lutou pela sua independência.
Pagou caro por isso.
Berrando e reagindo às acusações de meretriz, desmiolada, grosseira, desbocada.
Linda quando moça. Vaidosa depois de velha.
Foi tema-enredo de escola de samba.
E em plena Sapucaí, durante o desfile, tirou a blusa e mostrou os seios centenários para o planeta em rede de TV mundial.
Foi aplaudida com delírio. E riu com deboche dos moralistas de plantão.
Jamais se deixou fotografar sem a peruca.
Implorava trabalho. Pois detestava estar desempregada.
Não acumulava tensões. Dizia o que queria.
Quando irritada ou sentindo-se humilhada, chamava o interlocutor de filho da...
E quando lhe criticavam, sempre afirmava estar c... e andando para a crítica.
Viveu 101 anos por ser justamente assim. Sem mordaças. Sem falso puritanismo.
Imaginem se Dercy ainda fosse viva!
O que estaria falando da demora das reformas políticas?
O que estaria dizendo sobre as principais figuras políticas nacionais?
Qual seria sua opinião sobre os escândalos diários que pipocam na mídia?
E sobre os funcionários federais que não recebem aumento há três anos?
E os funcionários estaduais que recebem parceladamente o salário mensal?
Dercy, mulher sem censura.
Dercy, mulher sem hipocrisia.
]Já entrou no céu mandando São Pedro a m...
Que saudade às vezes sinto dessa mulher quando vejo políticos mentindo na TV com a maior cara de pau.
Santa Dercy!
Olhai por nós!
Rogai por nós!